Marcas internacionais já utilizam alta tecnologia portuguesa.
Birckenstok, Burberys, Columbia, Hermés ou Nike. Estas são algumas das marcas internacionais que já utilizam alta tecnologia portuguesa nas suas unidades fabris em todo o mundo. Uma realidade que se vai aprofundar, nos próximos anos, em virtude dos fortes investimentos em curso no âmbito da agenda mobilizadora FAIST.
“Criamos em Portugal todo um ecossistema que favorece a inovação produtiva, reforçando a ligação das universidades às empresas”, destaca Florbela Silva. Para a Coordenadora do projeto FAIST que, no âmbito do PRR, pressupõe um investimento na ordem dos 50 milhões de euros nos domínios da automação e robótica, “a indústria portuguesa de calçado já é uma das mais avançadas do mundo”, mas a ambição permanece inalterável. De acordo com a técnica “o setor de calçado para permanecer na vanguarda, deverá contribuir a investindo, de forma permanente, em novas soluções de ponta, para que possa responder a um mercado muito exigente, dominado por players asiáticos”. “Se pensarmos bem” – explicou Florbela Silva – “na última década só Portugal consegui reforçar a produção na Europa, precisamente pela capacidade de arriscar em abordagens disruptivas”.
No caso da Mind, a empresa já “exporta toda a sua linha de produtos para o calçado, desde soluções de Design conceptual e Design de Produto, engenharia de produto até às soluções de corte, Nesting Automático ou ferramentas de estimativas de consumo”, revela Fernando Vasconcelos.
A carteira de clientes da Mind ascende “já a uma centena de clientes como Aokang, Berksmann, Birckenstok, Burberys Columbia Footwear, Grendene ou Hermés só para citar algumas das marcas mais conhecidas”.
“Há uma perceção geral muito positiva das empresas portuguesas que desenvolvem produtos tecnológicos na área do calçado”, sublinha Fernando Vasconcelos, sendo “as empresas nacionais apontadas como exemplo em vendas internacionais pela qualidade e inovação das soluções”. “Também o trabalho da APICCAPS e CTCP no desenvolvimento da indústria portuguesa são referidos como exemplos e modelos a seguir”.
Fernando Ferro acrescenta “as empresas portuguesas são reconhecidas pela combinação de tradição e inovação, investindo em tecnologias avançadas e métodos de produção eficientes, o que melhora a qualidade global dos seus produtos”. O responsável das empresas DCSI e Techlast, do universo Fernando Ferro & Irmão, S.A, “o facto de Portugal estar a liderar esforços no domínio da sustentabilidade, adotando materiais e práticas ambientalmente amigáveis, tem valorizado muito as suas marcas”. O mesmo acontece com a digitalização e a automação que “têm contribuído para a competitividade do setor, permitindo a personalização de soluções tecnológicas”.
De acordo com o empresário “a presença em feiras internacionais tem sido vital para aumentar a visibilidade das empresas, facilitando a criação de parcerias globais”. Ainda assim, importa reter que a concorrência de mercados de baixo custo e a rápida adaptação às tendências do mercado continuam a ser desafios a superar.
O efeito FAIST
Criada como resposta às necessidades do setor do calçado e marroquinaria, apostando de forma decisiva nas tecnologias digitais e na sustentabilidade dos processos e produtos, a Agenda FAIST – Fábrica Ágil, Inteligente, Sustentável e Tecnológica está a mudar a face do setor, contribuindo “para uma maior eficiência e rentabilidade, resposta rápida ao mercado, melhoria das condições de trabalho e diferenciação do produto”, admite Florbela Silva.
Fernando Ferro assume que “o projeto FAIST tem-se revelado fundamental para a internacionalização das nossas empresas” “Ao modernizar e transformar os processos produtivos dos nossos parceiros nacionais, estamos a criar soluções que não apenas aumentam a eficiência e a competitividade, mas também estabelecem novos padrões de excelência no sector”, recorda.
“O projeto FAIST não só transforma a nossa capacidade produtiva, mas também posiciona a nossa empresa de forma competitiva no cenário global, garantindo um futuro promissor e inovador”, concluiu.
Para Fernando Vasconcelos “todos os projetos de inovação aplicada desenvolvido recentemente pelo setor têm permitido reposicionar o setor” na cena competitiva internacional. “Existem naturalmente contribuições materiais quase imediatas pela introdução de novos produtos” explica o diretor da Mind, “mas talvez mais relevante seja a contribuição imaterial, pela participação e troca de ideias e experiências com todos os parceiros” .